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Martin McDonagh apresenta retratos psicológicos em um faroeste contemporâneo

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Mildred Hayes teve a filha brutalmente assassinada e o criminoso nunca foi encontrado pela polícia. Após perceber que o caso foi deixado de lado pela autoridade local, ela aluga três outdoors em uma estrada abandonada onde provoca e exige justiça ao xerife Bill Willoughby.

O nome do novo filme do diretor Martin McDonagh (Na Mira do Chefe, Sete Psicopatas e um Shih Tzu) segue a linha do cinema indie misturada ao estilo dos irmãos Coen. O filme conta história de uma mãe em busca de justiça a respeito das investigações da morte da filha dela, estuprada enquanto era assassinada. Cheio de humor negro, Três anúncios para um crime, apresenta uma obra cinzenta diante dos acontecimentos locais, ocorrido há sete meses, porém sem novidades.

Ambientado no Missouri, em um período onde o racismo ainda existia, o filme traz um retrato psicológico na construção de seus personagens, todos sem exceção, exercem papeis embasados dentro do existencialismo psicológico. Desde a obstinação por justiça de Mildred a polícia preguiçosa, diante de um crime sem solução, ainda. No meio disso, ainda tem Charlie, o ex-marido de Mildred, um homem desmiolado e sexista. Na definição de Sartre, a realidade humana constitui seu projeto e desejo de ser, onde o homem é um ser temporal e histórico. A dialética da construção do sujeito, no caso dos personagens de Três anúncios para um crime, se dá através da personalidade através da materialidade, onde a “existência precede a essência”.

O ritmo do filme demora a engatar, mas nada que prejudique a sua ida ao cinema, muito pelo contrario, Três anúncios para um crime é um faroeste contemporâneo sobre o caminho do perdão e do entendimento. Sim, estamos diante de uma obra violenta em seu contexto e brutal, também, onde Martin McDonagh explora o ódio como válvula de escape em busca de aprovação.

Cabe a Frances McDormand, em um papel estranhamente cativante, uma mulher durona em busca de uma justiça que é sua por direito. A atriz transparece os diálogos de forma tão natural e tóxica que não é possível não comprar sua briga. Sem dúvida alguma, uma das melhores atuações de McDormand!

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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