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Fim de Festa: Novo longa de Hilton Lacerda remete a uma melancolia dos dias pós-Carnaval

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Breno (Gustavo Patriota) e Penha (Amanda Beça) conhecem Ângelo (Leandro Villa) e Indira (Safira Moreira), um casal que veio da Bahia para festejar o carnaval. Em uma confraternização, os quatro jovens se reúnem na casa de Breno, mas a quarta-feira de cinzas traz uma má notícia: Uma jovem francesa é brutalmente assassinada a pauladas. O crime faz com que o pai de Breno, um policial civil, retorne mais cedo de suas férias para investigar o caso. Além do incômodo de ter estranhos em sua casa, o oficial acaba encontrando vestígios afetivos no desdobramento do crime.

O novo filme do diretor e roteirista pernambucano Hilton Lacerda se passa justamente nos dias seguintes à folia, quando a sensação de ressaca dita o ritmo das pessoas e das atividades cotidianas. Se em seu filme anterior, Tatuagem, a repressão era olhada com uma lupa para o passado, em Fim de Festa estamos nos dias de hoje matando foliões no Carnaval.

Hilton retoma a parceria firmada com o ator Irandhir Santos. Toda a linha narrativa do filme se constrói a partir da inserção do personagem de Irandhir nos dois núcleos, mas é graças ao seu olhar paternal a todos a sua volta que um núcleo funciona bem mais que o outro. Ainda que seja um pai em busca de colo, em mais um momento transcendental da carreira desse ator brilhante.

O recorte temporal em que a trama se desenvolve – entre a quarta-feira de cinzas e o domingo seguinte – serve para traçar reflexões sobre o Brasil.  A trama traz uma leitura bastante metafórica, fala um pouco sobre a melancolia da perda, de como é difícil encarar  o novo ano que, de fato, começou.

É impossível não traçar paralelos entre Fim de festa e o filme anterior do cineasta. As conexões são confirmadas pelo diretor. “É uma continuação direta de ‘Tatuagem’, não no sentido da dramaturgia, mas sim dos contextos. Tem algumas pistas nos filmes que você vai entendendo. Não é a toa que o ator é o mesmo. Embora as pessoas achem Tatuagem libertário, eu vejo ele como um filme de alerta, porque fala de um país que caminhava para determinado lugar de aparentes avanços e, de repente, entra numa marcha à ré. Isso é uma coisa que se repete esporadicamente dentro da sociologia brasileira”, afirma Hilton Lacerda.

*filme visto durante o Festival do Rio 2019

Imagem: divulgação Imovision

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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