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Andrea Beltrão se entrega de corpo e alma em “Antígona”

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Obra de Sófocles ganha linguagem moderna.

Montagem do texto de Sófocles, traduzido por Millôr Fernandes, tem dramaturgia assinada a quatro mãos por Andrea Beltrão e Amir Haddad, que assina também a direção, está de volta ao circuito carioca.

"Antígona" Andrea BeltrãoContando a história dos mitos que povoavam o imaginário grego, Andrea Beltrão  assume o papel de todos os personagens como um prequel deste enredo tão conhecido no imaginário dos homens através de uma espécie de árvore genealógica, em forma de mural.

Usando da ironia ao abordar determinados pontos do mito grego, Andrea Beltrão se desnuda em cena ao colocar seu ponto de vista com firmeza. Aliás, o domínio de palco e corpo da atriz é impressionante! Andrea Beltrão é, certamente, um deslumbre em cena aos olhos de quem vê.

Enquanto o publico ainda se acomoda em suas cadeiras, ela já está lá, olhando por tudo e por todos, com muita simpatia. Seu figurino inicial, um blazer (figurino normalmente usado por homens) de paetês, traz referencias à David Bowie, artista transgressor que quebrou grandes tabus. Ao ao usar este símbolo da moda masculina (e hoje também feminina), Andrea Beltrão nos posiciona logo de cara no tom irônico da peça. Assim como Bowie, o objeto transgressivo  se manifesta no decorrer da peça, quando a indumentária é utilizada de maneira a diferenciar suas personas. Aliás, importante lembrar que a vestimenta é a primeira forma de comunicar ao mundo quem somos e o que pensamos.

Nesse montagem, a base de “Antígona” traz a questão Lealdade à família Vs. lealdade à sociedade, se conectando a liberdade do cidadão diante do poder do Estado, além de trazer a reflexão feita por ator e público sobre a história.

Considerada como uma continuação da dramática história de Édipo Rei de Sófocles, “Antígona” conta os infortúnios da família após o legado deixado por Édipo aos seus quatro filhos (Etéocles, Polinice, Antígona e Ismênia). Na peça, Antígona é quem luta pelo direito de expressão e de contar a história sob seu ponto de vista ao desafiar o Estado. Com o intuito de deixar o olhar masculino de lado, Andrea Beltrão assume o papel da personagem para contar essa história diante do corpo de uma mulher forte e vitoriosa. O que naquela época jamais seria reconhecido. Apenas os homens eram os grandes vitoriosos.

Com sua partida para o exílio, os filhos lutaram pelo poder e chegaram a um acordo de revezamento no comando a cada ano. No entanto, Etéocles, que foi o primeiro a governar, ao fim do mandato, não quis ceder o lugar do poder ao irmão Polinice, que revoltado foi para a cidade vizinha e rival da grande Tebas.

Saiba mais sobre a peça!

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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