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Kung Fu Panda 4 repete formula para agradar toda a família

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Criado por Mark Osbourne e John Stevenson, a franquia de Kung Fu Panda tornou-se de longe uma das franquias da DreamWorks tão querida quanto Como Treinar o Seu Dragão e até Shrek. Seu diferencial foi criar uma filme de artes marciais ao nível de clássicos como Tigre e o Dragão, de Ang Lee, porém em um formato onde crianças e adultos poderiam aproveitar igualmente. O quarto filme, Kung Fu Panda 4, explora a jornada final de Pow (Jack Black) na busca de um sucessor ao passo que terá que enfrentar a feiticeira Camaleoa (Viola Davis).

Kung Fu Panda

A vantagem de se construir trilogias é que se pode usar o formato dos atos em escala maior. Na trilogia de Kung Fu Panda temos o panda se descobrindo como um herói, o chamado clássico da aventura da jornada do herói. Em seguida, ele é confrontado com seu passado e origem, alcançando um estado de paz interior, clássico na filosofia zen-budista. Por fim, por último, Po se torna mestre e professor, não apenas achando a sua paz, mas também compartilhando essa paz e ajudando outros a acharem o próprio caminho. Mesmo que os roteiros sigam a exata mesma formula, suas qualidades destacam por conta da motivação dos personagens bem desenvolvida e pela qualidade da comédia junto à ação frenética que um filme de artes marciais tem que ter. Um quarto filme para existir dentro desse arco perfeito precisa de uma grande argumento para fazer sentido.

Mas, infelizmente, Kung Fu Panda 4 não tem um argumento muito convincente, na verdade, ela parece repetir vários temas tratados dos filmes passados para tentar criar uma trama que gere interesse. Por conta disso, as motivações tanto do protagonista quanto da antagonista são fracas e repetitivas. A missão de Pow no filme é encontrar um sucessor para ser o próximo Dragão Guerreiro. Soa muito como uma desculpa esfarrapada, pois o roteiro não se preocupa em criar contextualização ao redor para justificar essa missão. Pow não parece estar tão velho para se aposentar, e não existe uma ameaça iminente, como foi o caso que fez o mestre Oogway a escolher um sucessor para derrotar Tai Lung.A vilã tem raiva e sede de vingança por terem lhe negado aprender Kung Fu por ele ser muito pequena. Essa é outra desculpa esfarrapada, pois um dos maiores mestres do Kung Fu da franquia é um inseto. E o plano maligna da Camaleoa repete o mesmo plano do terceiro filme, onde o General Kai rouba o poder dos mestres através do Chi.

Em níveis de produção, ainda é uma animação de alta qualidade, que aposta em grandes cenários inspirados na geografia da China. A dublagem nacional trouxe novamente Lúcio Mauro Filho como Pow, excelente no papel, e nomes novos como Taís Araújo como Camaleoa, se destacando muito bem no trabalho de dublagem. Outro nome de destaque é Danni Suzuki, que dá voz a Zhen, a nova companheira do panda nessa aventura. Aliás, um detalhe curioso da dublagem, e que só funciona no Brasil, é que eles usaram dubladores com um sotaque carioca mais carregado para fazer os ladrões e malandros do filme como no momento que um dos personagens fala “exquema” consegue tirar algumas risadas.

As lutas, que eram um dos grandes momentos dos filmes, perderam a força principalmente pela falta de uma trilha sonora. Aqui, a trilha é quase inexistente no longa, o que é uma perda terrível, já que toda a trilha foi concebida por Hans Zimmer no primeiro filme. Enquanto, a luta dos Cinco Furiosos contra Tai Lung é de arrepiar porque une uma incrível trilha com um trabalho de voz e direção excepcionais.

Ainda com todos os problemas, é um filme divertido que vai, sim, agradar toda a família. Entretanto fica um gostinho amargo na boca para os fãs de longa data, que cresceram com essa franquia imitando os golpes de Kung Fu. Sem dúvida o longa é a tentativa do estúdio lucrar com uma velha franquia enquanto nenhuma

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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